• 14 / Jan / 2023

Quando se protocola uma candidatura, para participar de uma eleição, é também um termo de aceite com relação as regras e o formato como a disputa acontecerá. Não se pode esquecer que o passado do candidato Lula era questionável, mas quando Bolsonaro aceita participar fica entendido que essa questão foi superada. No desenrolar de uma eleição a disputa se dá de diversas formas, existe, pincipalmente em pleitos para chefe do executivo, um confronto jurídico entre as campanhas.

Vencer o debate jurídico é fundamental e por mais que tenha ficado um sentimento de injustiça, principalmente pela atuação do Ministro Alexandre de Moraes, a Constituição sempre oferecerá uma forma juridicamente aceita para se contestar. Era muito pouco provável acontecer uma intervenção militar no Brasil e quem alimentou fortemente essa hipótese precisará entender um pouco mais da história do nosso país. Pelas declarações recentes de Bolsonaro, acredito que nem ele desejasse uma intervenção militar, mas francamente se fosse o desejo dele, não existia condições políticas para esse tipo de ruptura e nem apoio internacional para que fosse mantida. O resultado disso tudo é que boa parte da militância de oposição está perdida. Se Bolsonaro e sua militância pretendem se manter, no cenário político eleitoral precisarão aplicar o quanto antes o princípio da autorresponsabiliade.

Claro que vários fatores independem da vontade do candidato e de quem o apoia, mas uma coisa posso assegurar, ninguém perde eleição sem ter errado nada e provavelmente o oponente errou menos. Por mais que existam questionamentos sobre a forma como o pleito ocorreu, o candidato e os envolvidos com a campanha precisam assumir suas responsabilidades pela derrota. Afinal de contas, Bolsonaro era candidato à reeleição e é muito mais provável manter o que se possui do que conquistar o que você não tem. A demora da oposição em reconhecer os erros e a fragilidade em criar estratégias efetivas facilitará bastante a vida e Lula.