• 18 / Set / 2023

As caraterísticas da divisão do trabalho foram alteradas com surgimento das indústrias. Os trabalhadores, mundo afora, precisaram se adaptar a nova realidade. Claro que essa adaptação não aconteceu de forma instantânea, já que era tudo muito novo para os patrões e trabalhadores. Diante dos impasses negociais sobre as condições de trabalho, os valores salariais e os direitos dos trabalhadores, surge a necessidade de se organizarem como classe, dando forma aos sindicatos. 
A história do Presidente Lula está intimamente ligada ao movimento sindicalista que ganhou força ao final da década de 70 no Brasil. Habilidoso que é, Lula rompe com os movimentos mais radicais que lutavam pela mudança de regime e quedas de governo. O movimento, em que Lula se destacou, focava nos interesses dos trabalhadores. Essa foi a chave do sucesso, já que o cenário político nacional era de abertura para a democracia, assim, Lula não chamava tanta atenção quanto ao fato do movimento ser impedido de continuar, ao passo que recebia cada vez mais a adesão dos trabalhadores. Com essa breve contextualização, fica clara a importância dos sindicatos enquanto movimento legítimo de organização por parte dos trabalhadores. O único temor é que a chave do sucesso, encontrada por Lula, pode ter se perdido com o passar do tempo. A maioria dos sindicatos, hoje, está ligada umbilicalmente ao Governo Federal. O que limita a atuação deles, quando existem divergências.
Os interesses dos trabalhadores é que devem pautar a atuação dos sindicatos. É necessário, assim como ao final da década de 70, que os sindicatos façam uma ruptura e voltem a forcar mais na luta dos trabalhadores do que no jogo de poder político partidário. E é claro, entre o interesse de um Governo e o interesse de sua classe, o sindicato deve ficar com o segundo, sob pena dos trabalhadores não mais se sentirem representados. Não é raro, por exemplo, encontrar trabalhadores que não veem benefício algum em realizar contribuição financeira a sindicatos.