Blog Leandro Lima

Análises independentes sobre política

Por Leandro Lima

Medidas Drásticas

A vitória de Javier Milei, na última eleição para Presidente da Argentina, gerou esperança para os brasileiros mais identificados com a ala bolsonarista. O país vizinho é um dos mais importantes para o continente e a escolha de Milei, que fugiu dos grupos tradicionais que se alternavam no poder, pode significar um realinhamento político. 
Desde a redemocratização da Argentina, em 1983, a maioria dos Presidentes eleitos eram identificados como peronistas. A figura do ex-Presidente, Juan Domingo Péron, está amplamente difundida no imaginário dos argentinos. É algo curioso, visto que seu falecimento data de 1974. No Brasil, nem grandes líderes como Getúlio Vargas e JK conseguiram a façanha de Péron na Argentina, no diz respeito a sua memória ser tão marcante, mesmo na atualidade. Mais recentemente o kirchnerismo se tornou amplamente vitorioso no país, alavancado pelo peronismo. O casal, Nestor Kischiner e Cristina Kschiner, conseguiu emplacar impressionantes três mandatos presidenciais, sem contar que atualmente ela é vice-Presidente da Argentina. 
Não é segredo que existe uma máxima na política: quando a economia vai mal, as chances de que os eleitores tenham uma avaliação negativa, sobre a gestão vigente, são enormes. Com uma inflação que chegou a casa dos 142,7% ao ano, era bastante improvável que o grupo de Alberto Fernández, atual Presidente, conseguisse se manter no poder. O kirchnerismo, que já havia perdido uma eleição para Maurício Macri em 2015, não conseguiu renovar o mandato o Presidencial, sendo derrotado por Milei. O mais supreendente é que a população argentina também rompeu com o grupo do ex-Presidente Maurício Macri, apesar desse último ter apoiado Milei no segundo turno.
O povo é soberano e quando existe o convecimento de que a situação está extremamente ruim, entende-se que o momento requer medidas drásticas. Trump, Bolsonaro e Milei representam estas medidas drásticas, quando candidatos e grupos tradicionais já não conseguem resolver os problemas nacionais que tomaram proporções grandiosas. A eleição para Presidente dos Estados Unidos, prevista para 2024, dará, finalmente, maiores pistas sobre o aumento ou não da tendência, de países do continente americano, por medidas drásticas.